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  • Fernanda Castilho

Commodities 101: O que e Como Fazemos (Como investir em Commodities)


Sumário Executivo

  • Como e porque investir em commodities: As commodities apresentam características que as permitem obter retorno superior às demais classes de ativos e produtos financeiros. Entretanto, são pouco utilizadas pelos investidores devido a diferenças nos processos de análise e gestão. Mostraremos que é diferente, mas acessível e lógico.

  • Temas estruturais: Descarbonização e investimentos em infraestrutura são tendências seculares que terão impacto em diversos temas de investimento. Os investimentos nestes setores deverão continuar em patamar elevado e terão impacto relevante na arbitragem entre commodities e dinâmicas regionais.

  • Perspectivas econômicas:  Acreditamos em desaceleração sem recessão nos EUA, com proximidade do início de queda de juros. Risco do cenário é repique inflacionário, que adiaria o processo. Manutenção dos preços de energia no atual patamar é fundamental para nosso cenário base.

  • Preferências no investimento: Cobre é a commodity que temos mais convicção em decorrência da continuidade de interrupções da produção existente, entrada limitada de oferta, estoques extremamente baixos e continuidade de crescimento de demanda. Na ponta oposta estão alumínio, níquel e zinco, com aumento de oferta e estagnação de demanda. Preferimos também derivados de petróleo a petróleo.


Investimento em Commodities: o veículo mais apropriado para a trajetória turbulenta

O Cenário Macro Global continua incerto, resultando em risco elevado no ambiente de investimento e aumentando a dificuldade na alocação dos investimentos. A divergência nas expectativas entre regiões, setores e classe de ativos é um complicador adicional. Nesta conjuntura, o investimento em commodities apresenta características que permitem a obtenção de retorno superior às estratégias de investimento tradicionais. Vantagens do investimentos em commodities:

  • São instrumentos líquidos, cotados no mercado spot: Não é necessário estruturas de longo prazo que limite a liquidez. Adicionalmente permitem recálculo de rota pouco custoso em alteração de cenário.

  • Possibilitam acessar temas de investimento específicos e customização da carteira: Cada commodity tem uma diferente resposta ao ambiente de risco, geopolítica, regiões e setores da economia. Desta forma é possível fazer posicionamento específico conforme o cenário se apresenta.

  • Baixa correlação com os demais ativos: Isso proporciona diversificação, pois o desempenho das commodities não segue necessariamente o mesmo padrão de outros investimentos, reduzindo o risco da carteira e aumentando a fronteira eficiente de investimentos.

  • Oferecem estrutura eficiente de hedge: Permitem realização de Hedge eficiente, com possibilidade de neutralização do risco de mercado e riscos específicos.

  • Permitem acessar os temas de forma simples:  As commodities, sendo essenciais em diversos setores, oferecem exposição a toda a economia, permitindo investir em qualquer segmento através delas.


Curiosamente, a utilização das commodities nos portfólio dos investidores e na maior parte dos produtos de investimentos é muito limitada. Acreditamos que a falta de popularidade ocorre por terem um processo diferente das classes de ativos tradicionais. Diferente, mas acessível e lógico. É apenas necessário estar antenado com o cenário global, pensar simples e ter um sistema de tomada de decisão estruturado.


É preciso pensar simples

Commodities são matérias primas de origem agro mineral utilizadas na confecção dos produtos ou na geração de energia. Apresentam características homogêneas permitindo que sejam negociadas no mercado global direcionadas pelo mecanismo de oferta, demanda e ciclo de estoques. No popular, são produtos que consumimos no dia a dia e que temos informações diariamente nos noticiários.


Tem todos os atributos de ativo real, como preços relativos entre produtos substitutos, dinâmica de escassez direcionada por ciclo de estoques e nível de preços que impede o consumo. Desta forma, sua performance é decorrente do equilíbrio entre oferta e demanda, e comportamento do ciclo de estoques. Similar a dinâmica de preços de alimentos nas feiras livres ao longo do dia.


Pensando de forma simples, temos que entender o uso de cada commodity, quais setores da economia a consomem e a situação da oferta. Com isto conseguimos visualizar o ciclo de cada uma delas e determinar o momento oportuno para investir.

 

Commodities 101: Porque cada commodity precisa ser analisada separadamente

Cada commodity tem diferentes exposições às regiões e setores clientes, e ciclos de oferta não sincronizados (dependendo do pipeline de projetos de cada empresa). Com isto, cada uma delas se encontra em fase distinta do ciclo e trajetória de preços, por vezes descorrelacionadas. Vemos que o entendimento do ciclo de cada uma delas é essencial para a realização do investimento.


Lado da Demanda: Cada commodity tem uso distinto, e desta forma tem demanda dependente de diferentes setores e regiões. O primeiro passo para o entendimento das commodities é entender o uso de cada uma delas e quais setores da economia a consomem. Agregamos as commodities em subgrupos com atributos similares pois é conveniente para a operacionalização das teses de investimento e mensuração da exposição e risco do portfólio a cada um dos temas de investimento, fatores de risco e rotações de mercado.



Lado da Oferta: É relacionada com o ciclo de investimento das empresas. Os projetos demandam longo tempo de execução entre a decisão e produção, ao redor de 5 anos dependendo da complexidade. Vemos que a produção tem pouca flexibilização no curto prazo, com o equilíbrio entre oferta e demanda de curto prazo sendo definidos pela variação da demanda e estoques. A ampla divulgação dos projetos em desenvolvimento e o longo prazo para a execução faz com que o monitoramento da entrada de oferta seja relativamente fácil de se realizar.


Ciclos: A dinâmica cíclica dos preços das commodities é amplamente conhecida e é uma das razões que causam receio dos agentes no investimento na classe de ativos, já que são de elevada amplitude e com grande volatilidade. Um dos mandamentos fundamentais no investimento em commodities é nunca operar contra o ciclo.


Cronologia dos ciclos:

  1. Crescimento da demanda leva a déficit no equilíbrio de mercado e elevação de preços e dos lucros das empresas produtoras.

  2. Preço se estabiliza em patamar elevado o suficiente para viabilizar novos investimento com taxa de retorno adequada

  3. Preços atingem pico, incentivando mais projetos e já causando destruição de demanda e migração de uso para commodities substitutas.

  4. Entrada de oferta conjuntamente com destruição de demanda reverte o ciclo, iniciando período de baixa.



O que e como fazemos

Depois de organizarmos as commodities em grupos com características semelhantes e analisarmos quais setores e regiões são mais afetados pela procura de cada uma delas, vamos organizar e simplificar a forma como tomamos as decisões de investimento.



1. Top-Down Econômico

É o ponto de partida do processo. Analisamos a conjuntura econômica para a definição das regiões e setores da economia com as melhores perspectivas relativamente aos demais. Temos perspectivas de queda de crescimento econômico em 2024 para 2,5% de forma bastante polarizada entre as regiões com desaceleração nos EUA e Europa e continuidade do crescimento de Ásia e China em patamares elevados. China e EUA continuaram direcionando os movimentos no lado macro.

  • EUA: Mercado continua bastante receoso em relação ao ritmo da desaceleração econômica, polarizando entre o pouso suave e agressivo. A trajetória da inflação e consequentemente a trajetória de taxa de juros serão determinantes. Neste sentido, vemos a possibilidade de um repique inflacionário o principal fator de risco, que postergaria o início e a intensidade do corte dos juros.

  • China: A continuidade da queda de vendas e novos lançamentos do setor imobiliário conjuntamente com a falta de ‘bazucas’ fiscais e monetárias para incentivar o crescimento resultou em elevado pessimismo do mercado em relação ao novo normal do crescimento Chinês após mudança do modelo econômico. Mais uma vez optamos por pensar simples.

Também vemos bastante divergência no desempenho entre setores. Mudanças estruturais (como o processo de descarbonização e reshoring) e conjunturais (normalização das cadeias pós pandemia e programas de incentivo) são as causas da divergência.


2. Top-Down Setorial

Após a definição do cenário macro, passamos ao nível setorial: projetar quais commodties tem perspectivas mais favoráveis em relação a demanda. E dos projetos das empresas para projetar a oferta.


De maneira geral, o setor passa por falta estrutural de oferta. O ciclo de baixa anterior, as incertezas geradas pela pandemia e as turbulências geopolíticas e regulatórias levaram as empresas postergarem novos projetos, priorizando o pagamento de dividendos, realização de recompras e fusões e aquisições a investir em nova capacidade.


Além das incertezas comentadas, o preço das commodities ainda não se encontra elevado o suficiente para incentivar novos investimentos. Finalmente, algumas passam por processo de exaustão, devido à falta de investimento e dificuldades regulatórias para obtenção de licenças contribua para reduzir a oferta já existente.


Preferência entre commodities e setores da economia:


3. Análise vertical e Bottom-Up

Diz respeito ao investimento intra commodities, entre ativos do mesmo subgrupo. O primeiro nível de decisão é a definição do posicionamento entre a commodity ou nas ações de empresas que a produzem. E o segundo relacionado a seleção das empresas.

  • Análise vertical - Escolha da classe de ativos: Embora os movimentos entre as commodities e as ações das empresas que a produzem apresentam correlação, tem grande divergência no curto prazo e geram possibilidade de arbitragem. Em geral as ações têm maior duration e maior resposta do componente das expectativas. Já as commodities funcionam com a racionalidade dos ativos reais: menor duration e sujeitos ao ciclo de estoque.

  • Bottom-Up - Escolha das empresas: Para realizar a escolha das empresas de forma simples é necessária sistematização prévia, que é a análise dos principais atributos das empresas e temas de investimento. Os atributos que consideramos são: i) commodity produzida, ii) localização regional das operações; iii) exposição regional das vendas; iv) perfil de crescimento e produção e v) valuation.

 

A conjuntura de proximidade do início da redução das taxas de juros nos Estados Unidos aliada à escassez estrutural de oferta, cria um cenário bastante propício para os ativos de commodities, revertendo a dinâmica de desinvestimento na cadeia observada no ano passado. Nossa perspectiva é que a alocação em ações de grupos de commodities vencedores represente a estratégia mais eficaz neste momento, proporcionando a redução do risco específico de cada commodity e a geração de alfa tanto intraclasse de ativos (por meio de uma carteira long e short de ações das produtoras de uma mesma commodity) quanto interclasse de ativos (com posição long no equity das produtoras e vendidas nos contratos futuros das commodities produzidas).


Diante desse contexto, identificamos que os setores de energia, descarbonização, automotivo e infraestrutura apresentarão um desempenho superior em comparação com os segmentos de serviços, consumo e construção. Quanto às commodities, acreditamos que cobre, aço e derivados de petróleo apresentarão um desempenho superior em comparação com alumínio, níquel, zinco, minério de ferro, petróleo e celulose.


O fundo Persevera Radianz Global Macro surge como uma opção atraente para investidores que buscam exposição à estratégia macroeconômica por meio da arbitragem entre as diversas commodities.

 

Equipe Persevera Radianz


 

(11) 4780-3794



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